Você sabia que o prazer é pura alquimia e química?
Vamos te contar o porque…
Nosso cérebro é o centro de processamento de todas as nossas sensações e emoções, contando com cerca de 100 bilhões de neurônios que operam ao longo de todo o nosso sistema nervoso.
Além disso, ele conta com uma alquimia de substâncias químicas que atuam como mensageiras (neurotransmissores) através do nosso corpo transmitindo as informações mais relevantes: os hormônios!
O QUE SÃO OS HORMÔNIOS?
Os hormônios são substâncias químicas naturais do nosso corpo que atuam como mensageiras de informação.
Os hormônios, portanto, estão desencadeando inúmeras reações no nosso corpo a todo momento, mesmo que não estejamos atentas a elas. E são eles quem balanceiam o nosso humor, nosso bem estar, nossa disposição e até a nossa felicidade.
OS HORMÔNIOS RESPONSÁVEIS PELO PRAZER
Existem 4 hormônios principais no nosso organismo responsáveis pelo prazer, e eles são apelidados de “quarteto da felicidade”: endorfina, serotonina, dopamina e ocitocina.
Quando nosso cérebro estimula a liberação desses hormônios costumamos desfrutar de uma sensação prazerosa de bem estar. Tudo graças a esses mensageiros químicos que intensificam e modulam as nossas reações corporais.
ENDORFINA
A endorfina é um hormônio que atua no nosso corpo como uma espécie de analgésico natural, a endorfina é como se fosse a morfina natural do nosso organismo.
Ela faz parte desse quarteto da felicidade justamente por trazer essa sensação de bem estar e o alívio de dores e tensões.
A prática de atividades de movimento corporal como a dança, o canto e os exercícios físicos também favorecem a liberação desse hormônio. A presença da endorfina, nesse sentido, favorece tanto a nossa união social quanto a nossa resistência e tolerância a dores.
SEROTONINA
A serotonina é o hormônio do quarteto da felicidade que nos traz a sensação de satisfação.
Portanto, para ativar a serotonina no nosso organismo, uma boa atividade é a recordação de momentos felizes da nossa vida,
de pessoas importantes, de amores, amizades, prazeres marcantes durante a vida.
Atividades que envolvem presença e conexão também são poderosas para ativar a liberação desse hormônio. Atividades que te trazem para o aqui e para o agora e te deixam conectada com seu corpo e alma.
Um aspecto curioso sobre a serotonina e que tem muita relação com a nossa sexualidade é a relação entre a depressão, a sensação de satisfação e os orgasmos.
Quando uma pessoa está deprimida em geral a sua sensação de satisfação fica muito reduzida. Por essa razão, alguns medicamentos antidepressivos atuam de forma a elevar os níveis de serotonina no organismo, causando um efeito negativo para os orgasmos.
Quando os níveis de serotonina no nosso organismo estão muito elevados, nosso corpo permanece em um platô de satisfação e por isso fica pouco receptivo à excitação, que é um aspecto fundamental do caminho que nos leva ao orgasmo.
É como se o corpo dissesse: não preciso me excitar, já estou bem como estou!
Por isso, se você passa por um quadro depressivo, faz uso de medicamentos e sente dificuldade para atingir o orgasmo, verifique com o seu profissional de saúde se o medicamento que você atualmente faz uso por acaso está atuando nos seus níveis de serotonina.
Existem possibilidades de medicamentos alternativos que não resultam nesse efeito colateral.
DOPAMINA
A dopamina é o nosso principal hormônio moderador de prazer, e ele funciona como uma espécie de sistema de recompensa: quando empenhamos pouco esforço numa atividade que nos geram um alto retorno prazeroso, a dopamina é ativada.
Ou seja, ele é um hormônio que atua numa relação de custo-benefício, a todo momento avaliando se essa ou aquela atividade vale o empenho do seu esforço em termos de prazer.
Isso é um aspecto extremamente importante a respeito da dopamina e que pode estar totalmente relacionado com a falta de desejo para o sexo vivida por muitas mulheres, principalmente em relações heterossexuais com homens cisgêneros que são machistas na hora do prazer. Vamos te explicar o motivo.
Muitas vezes a relação sexual se resume apenas ao esforço por parte das mulheres, com migalhas e as vezes total ausência de prazer.
Um sexo focado na penetração que esquece da existência do clitóris, uma falta de exploratória sensorial de todo o corpo, uma dificuldade em relaxar e se entregar porque no fundo no fundo não se sente plenamente segura, uma autocobrança por dar prazer ao outro.
Todos esses aspectos são a antítese do prazer na hora do sexo e vão criando registros no nosso cérebro de que transar é uma atividade que não vale a pena, afinal, cadê a recompensa prazeirosa?
A disponibilidade da nossa libido para o sexo, portanto, vai depender muito da nossa memória sobre o que é o sexo, e da nossa expectativa sobre o que ele pode ser.
Se a proposta não for lá muito atrativa, a dopamina vai dizer que vale mais é assistir um Netflix do que transar!
Por isso, a melhor forma de elevar a dopamina é se livrar de experiências que lhe demandam muito esforço com baixo retorno prazeroso e repetir as situações de prazer que fizeram você se deleitar!
OCITOCINA
Já a ocitocina é o hormônio conhecido como a substância do amor. É ele que é ativado com o vínculo afetivo, com o abraço, o contato, e é essencial para o fortalecimento da confiança entre as pessoas.
Esse também é o principal hormônio envolvido no momento do parto. É ele quem gera as contrações uterinas e ajuda a liberação de leite durante a amamentação.
Uma forma simples de conseguir ativação de ocitocina no organismo é a troca de afetos genuínos. Olhos nos olhos, cafuné, abraços, carinhos e tudo mais que te fizer sentir amada e querida, com prazer.
Sentir prazer é um processo ativo, que envolve estímulo, atividade, movimento. Se nenhuma dessas coisas faz parte do seu dia a dia, será muito difícil conseguir uma ativação intencional desses componentes no corpo.
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